Em seu livro “Se um viajante numa noite de inverno” é uma obra de ficção que empreende uma reflexão sobre a linguagem do romance, rastreando e ironizando as múltiplas direções da narrativa contemporânea. Em seu romance interrompe, interroga, cancela, conquista o leitor com esse movimento acentuando o fato de estarmos sempre lidando com o espaço imaginário. Ele cria entre o leitor e o livro uma relação de desejo.
Nesse romance o leitor é simplesmente o protagonista sendo a pela fundamental da engrenagem narrativa, espécie de “única realidade” que restaria ao romance depois de concluído o ato de escrevê-lo.
“Se um viajante numa noite de inverno” do personagem Leitor tem um defeito a partir da pagina 32, o que o leva a dirigir à livraria para tentar trocá-lo. Lá recebe um novo volume e descobre que a história nada tem a ver com aquela cuja leitura havia iniciado. No final o Leitor, e o leitor de verdade também terão começado dez romances.
O livro consegue destacar por dois motivos: o primeiro confunde o leitor real com o personagem Leitor, o outro Calvino desfila tipos de romances, possibilidades de crítica e leitura revelando gosto pela reflexão literária. Funciona como um ensaio prático.
No fim de “Se um viajante numa noite de inverno” Calvino escreve que, o sentido último de todos os relatos tinha duas faces; a continuidade da vida e a inevitabilidade da morte. Realiza-se no mundo real, transformando os leitores- concreto e o fictício num mesmo individuo.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
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